quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Fragmento

Um reflexo ou imagem
Prolongou-se na casa
Através do copo vazio
Nos últimos minutos

Liberdade de viciar
Deitar-me no asfalto
Pedir a seguinte dose
Saciar a existência

Verbos sem ações
Goles são pneumáticos
Beber sem metafísica
Inocência forjada
Descobrir o vaso rachado
E que o tempo terminou

sábado, 8 de dezembro de 2007

Aos momentos...


Motivos não me sobram para brindar, aos esquizofrênicos, aos renegados, aos que não são adequados para a sociedade. Sentem-se peçam um copo e vamos filosofar, pois os bares são verdadeiros celeiros do conhecimento, ainda que sejam dos filósofos de bar.

Os cérebros plasmam por vibrações alucinógenas e os inconscientes se encontram numa mesa, com cadeiras desorganizadamente dispostas. Os ânimos se exaltam, as palavras se rebelam; acumulam-se garrafas e vozes se entrelaçam cantando músicas ininteligíveis. Há quem não perceba as singularidades das manifestações alcoólicas, infelizmente, jamais saberão o quão infame é a sobriedade.

Em meio aos copos, garrafas e cinzas, as expectativas se desfazem, o espírito se desprende dos pudores e voa livre por entre as ruas da embriaguez. Abraçam-se e conversam como velhas conhecidas as almas que antes nunca se encontraram. Tudo se resume ao momento de prazer, simples prazer de se estar desligado da realidade.

doses da ventura

...quando me vi perdido entre onomatopéias, entre solos leves de guitarras nas ultimas poucas horas, muitas doses de diferentes bebidas e uma sensação alucinante de derramar emoções pelas fendas dessa taverna. Atmosfera espiritual que invade os poros dos poucos freqüentadores do local. Cadeiras que rangem sozinhas. Bárbaros, sim! Vi bárbaros alguns dias atrás nesse local. O descanso urge vindo de longe. Faltam apenas poucas doses para me afogar e permanecer para sempre fincado nas mentes desse lugar.